Militares invadem rádio e TV que apoiam Zelaya em Honduras

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Comandos militares invadiram nesta segunda (28) a sede de uma rádio e interromperam o sinal de uma de TV que fazem oposição ao governo golpista de Honduras, liderado por Roberto Micheletti . O porta-voz Rene Zapeda disse que as emissoras foram tiradas do ar sob um decreto anunciado no domingo (27) que restringe a liberdade de expressão, de circulação e de reunião no país e autoriza o fechamento de meios de comunicação que "atacam a paz e a ordem pública".

Quase 20 policiais e militares entraram na sede da rádio Globo de Tegucigalpa por volta das 5h30 [8h30 no Brasil] e tiraram seu sinal do ar. O jornalista Carlos Paz, que trabalha na emissora, disse que não houve resistência. O canal de televisão 36, que também mantinha uma linha de oposição, estava cercado por militares e com o sinal cortado, mas não foi confirmado até o momento se as instalações foram tomadas. A rádio Globo já havia sido fechada pelo regime nos primeiros dias após o golpe de Estado que derrubou o presidenteManuel Zelaya, em 28 de junho.

O jornalista disse que, depois de entrar no local, os policiais começaram a retirar material e equipamentos do edifício da emissora, que fica na avenida Morazán, centro da capital.

O governo golpista ameaçou no domingo retirar o status diplomático da embaixada brasileira em Honduras, caso o Brasil não defina, em 10 dias, a situação do presidente deposto, Manuel Zelaya, que está abrigado na sede diplomática em Tegucigalpa. À noite, divulgou um decreto que prevê o fechamento de meios de comunicação e a prisão de indivíduos que incitem à rebelião, além de proibir reuniões públicas não autorizadas.

Em cadeia nacional de TV, o governo de Micheletti informou que decidiu "interditar qualquer reunião pública não autorizada e impedir a transmissão, por qualquer veículo, de programas que ameacem a paz". A ameaça ao Brasil também foi direta:

- Se em 10 dias não definirem o status de Manuel Zelaya, a sede perderá sua condição de diplomática, mas, por cortesia, não planejamos invadir o local - disse o ministro das Relações Exteriores do governo de fato, Carlos López Conteras.

O chanceler destacou que foi o Brasil que rompeu relações com o atual governo hondurenho:

- Nós, simplesmente, estamos adotando uma medida de reciprocidade - disse ele.

Golpista acusa Brasil de intervenção

López disse que se o Brasil não definir o status de Zelaya, Honduras poderá declarar, "por presunção", sua condição de exilado político, após o qual o presidente deposto poderá ficar no prédio da embaixada.

Na condição oficial de exilado, Zelaya ficaria impedido de exercer qualquer atividade política na embaixada brasileira. O chanceler do regime de fato disse que a proteção dada pelo Brasil a Zelaya é "uma intervenção" nos assuntos internos de Honduras.
Zelaya, deposto e expulso de Honduras por um golpe de Estado, em junho, está na embaixada brasileira desde a segunda passada, após voltar secretamente ao país.O governo de Roberto Micheletti acusa Zelaya de usar a embaixada brasileira para "gerar violência" no país.

O governo Micheletti, que não é reconhecido pela comunidade internacional, já havia emitido na noite de sábado (26) um comunicado exigindo do Brasil a definição do status de Zelaya, no prazo de dez dias, após o qual adotaria medidas adicionais baseadas "na legislação internacional". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou qualquer "ultimato dos golpistas" sobre a presença de Zelaya na embaixada brasileira.

Fonte : Do R7, com agências internacionais

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